Procuro na memória
-(essa amiga ingrata
Que quanto mais procuro
Mais de mim se afasta!)-
Os sonhos que sonhamos
As mãos que nos demos
O encanto que teus olhos
Assim que pousavam nos meus
Irradiavam com ternura.
O que fizemos do amor?
Por que tenho tanta certeza de mim
Do meu querer-te,
Do meu estar contigo
Do meu ser tua
E, contundente e amargamente,
Tanta certeza conjunta
Do teu não saber-me
Não conhecer-me,
Não buscar-me
Do teu não crer?
Sei que não sou quem sonhavas.
Sou apenas uma sombra pobre e pálida
Da luz que para ti sonhei ser
Sei que teus olhos não vêem
Através desta velha e comum casca humana
O brilho que esta alma frustrada,
Prostrada e cansada de fracassar
Ainda insiste em crer que emana.
Não sei qual a maior dor
Se a de descrer no amor de sonho
Ou a de se perder a capacidade
De no ser amado
Inspirar amor de sonho.
Aqui
jazo.
.........................Tixa, 1º/09/2005
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