Sinto uma explosão iminente
Tomando corpo, se inflando.
Tantas pessoas se rebelando
Contra este "eu" prepotente.
Sinto que meu eu carrasco
Está por ser deposto do cargo.
Tenho pessoas dentro de mim
Ansiando por liberdade.
Por muito tempo as sufoquei,
Mas sinto a revolução armada.
Não mais consigo controlar
Minhas vidas amarradas.
Ouço choro, e altos brados.
Acusações de negligência,
De tortura e de carência.
Meu coração de bardo,
Minha alma de artista
Querem romper as barreiras
Desta fachada submissa.
Terei que entregar sem demora
As chaves destes grilhões
Às vidas que vida afora
Assolei com ilusões.
É hora de passar o cetro.
Entregar a quem de direito
As rédeas do meu destino
Que encarcero no peito.
-''-''-''-
Por que esta âncora tão pesada
Me impedindo de navegar
Em busca da realidade
Há tanto tempo guardada,
Há tanto sufocada em poesias,
Que na bruma do meu sonhar
Se confunde com fantasia?
..................................Tixa, 07/07/1997
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