Meu
querido amigo Luciano me perguntou qual o meu processo de criação para
escrever um conto. Nunca parei para analisar esse processo, vou tentar
fazê-lo agora, de sopetão, como acontece toda vez que sinto a compulsão
de ordenar palavras. É mais ou menos assim:
Ponto
por ponto, como se fora um bordado antigo, esmerado, um conto vem se
imiscuindo em minha mente e brotando no papel. Às vezes por uma palavra,
uma cena, um tema sugerido, às vezes por uma memória que sai do
fundinho do baú das boas lembranças e vem piscando, tremeluzindo, se
fazendo notar e tomando conta de meus pensamentos...
Escrever é terapia, é dar vazão aos sonhos que queremos viver.
E
não é preciso muita coisa. Basta um momento de paz, desses que temos
quando estamos sozinhos conosco, não importa onde. Já me ocorreram
momentos assim em meio a multidões. Até dentro de um ônibus lotado, as
ideias me atropelam e logo abro a bolsa à procura de uma caneta e um
pedacinho amassado de papel para sobre ele despejar palavras que me
aliviem a necessidade de esvaziar minhas sensações e me fazer ler.
Ruim
é quando essas ondas de palavras me assolam em momentos em que não
tenho como registrá-las. Gosto de eternizar o que me vem à mente, porque
na maior parte das vezes são sentimentos gostosos que sinto necessidade
de oferecer a quem amo.
Gosto de bordados... dos
antigos, elaborados por mãos de fadas, como as da minha mãe... eram
lindos, perfeitos!! Escolher palavras é como escolher as linhas de seda,
as cores mais vivas, os desenhos mais singelos. Dispô-las sobre o papel
é como dirigir uma agulha com uma linha vistosa sobre um tecido e
formar belezas para partilhar.
Ou como escolher tintas e pincéis para pintar um quadro bem tocante e dá-lo ao mundo.
Uma pessoa que escreve, nunca escreve para si...
...................Tixa Falchetto, 26/05/2014
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