domingo, 18 de setembro de 2011

Dor


Procuro na memória
-(essa amiga ingrata
Que quanto mais procuro
Mais de mim se afasta!)-
Os sonhos que sonhamos
As mãos que nos demos
O encanto que teus olhos 
Assim que pousavam nos meus
Irradiavam com ternura. 
O que fizemos do amor?
Por que tenho tanta certeza de mim 
Do meu querer-te, 
Do meu estar contigo 
Do meu ser tua 
E, contundente e amargamente, 
Tanta certeza conjunta 
Do teu não saber-me 
Não conhecer-me, 
Não buscar-me 
Do teu não crer?
Sei que não sou quem sonhavas.
Sou apenas uma sombra pobre e pálida
Da luz que para ti sonhei ser
Sei que teus olhos não vêem
Através desta velha e comum casca humana
O brilho que esta alma frustrada, 
Prostrada e cansada de fracassar
Ainda insiste em crer que emana. 
Não sei qual a maior dor 
Se a de descrer no amor de sonho 
Ou a de se perder a capacidade 
De no ser amado
Inspirar amor de sonho.
Aqui                                  
                                    jazo.

       .........................Tixa, 1º/09/2005

Nenhum comentário:

Postar um comentário