domingo, 18 de setembro de 2011

Rebelião



Sinto uma explosão iminente
Tomando corpo, se inflando.
Tantas pessoas se rebelando
Contra este "eu" prepotente. 
Sinto que meu eu carrasco 
Está por ser deposto do cargo. 
Tenho pessoas dentro de mim 
Ansiando por liberdade. 
Por muito tempo as sufoquei, 
Mas sinto a revolução armada. 
Não mais consigo controlar 
Minhas vidas amarradas. 
Ouço choro, e altos brados. 
Acusações de negligência, 
De tortura e de carência. 
Meu coração de bardo, 
Minha alma de artista 
Querem romper as barreiras 
Desta fachada submissa. 
Terei que entregar sem demora 
As chaves destes grilhões 
Às vidas que vida afora 
Assolei com ilusões. 
É hora de passar o cetro. 
Entregar a quem de direito 
As rédeas do meu destino 
Que encarcero no peito.

                 -''-''-''-

Por que esta âncora tão pesada 
Me impedindo de navegar 
Em busca da realidade 
Há tanto tempo guardada, 
Há tanto sufocada em poesias, 
Que na bruma do meu sonhar 
Se confunde com fantasia?


   ..................................Tixa, 07/07/1997

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